O declínio da capacidade cognitiva (DCC) é um fenômeno associado ao envelhecimento, podendo resultar de processos fisiológicos normais ou ser um estágio de transição para demências, como a Doença de Alzheimer (DA).
O envelhecimento normal envolve mudanças no cérebro, como a redução do volume cerebral e alterações na plasticidade sináptica. Essas modificações podem levar a um declínio gradual em funções cognitivas, como a memória e a velocidade de processamento.
O DCC pode ser um precursor de demências, com a Doença de Alzheimer sendo a forma mais comum. Pessoas com declínio na memória episódica estão particularmente em risco. A transição de um envelhecimento normal para uma condição patológica pode ser sutil e progressiva.
Estudos epidemiológicos indicam que idosos com DCC têm maior probabilidade de desenvolver DA. O risco é especialmente elevado em indivíduos com comprometimento leve da memória.
Os critérios diagnósticos para DA incluem um declínio cognitivo significativo em múltiplas áreas cognitivas, interferindo nas atividades diárias. A avaliação clínica, exames de neuroimagem e testes neuropsicológicos são fundamentais para o diagnóstico.
Os achados neuropatológicos típicos da DA incluem placas senis de beta-amiloide e emaranhados neurofibrilares de proteína tau. Essas anormalidades contribuem para a morte neuronal e disfunção sináptica.
Testes neuropsicológicos revelam déficits em áreas como memória, linguagem, atenção e habilidades visuoespaciais. A avaliação desses déficits pode ajudar a diferenciar entre envelhecimento normal, DCC e demências.
Resumindo, entender o declínio cognitivo no envelhecimento é crucial para identificar e intervir precocemente em casos de demência, especialmente na Doença de Alzheimer.
Referência bibliográfica:
Charchat-Fichman, H., Caramelli, P., Sameshima, K., & Nitrini, R.. (2005). Declínio da capacidade cognitiva durante o envelhecimento. Brazilian Journal of Psychiatry, 27(1), 79–82. https://doi.org/10.1590/S1516-44462005000100017