Trabalho doméstico e saúde mental: diferenças de gênero

Um estudo analisou dados de 2.841 indivíduos com 15 anos ou mais de uma cidade da Bahia para avaliar a relação entre trabalho doméstico não remunerado e transtornos mentais, com foco nas diferenças de gênero. Resultados mostraram que 95,2% das mulheres realizam atividades domésticas não remuneradas contra 71,3% dos homens. Além disso, 68,1% dos homens têm trabalho remunerado, comparado a 47,2% das mulheres.

Foi identificado que as mulheres enfrentam maior conflito trabalho-família-tempo para si (40,0% alto conflito) e maior desequilíbrio esforço-recompensa no trabalho doméstico (71,2% alto desequilíbrio). Esses fatores se associam fortemente com transtornos mentais, especialmente depressão e ansiedade, sendo mais prevalentes entre as mulheres. Constatou-se que o trabalho doméstico continua majoritariamente feminino, com impactos negativos mais intensos na saúde mental das mulheres.

Referência bibliográfica:

Carneiro, C. M. M., Pinho, P. de S., Teixeira, J. R. B., & Araújo, T. M. de .. (2023). Unpaid domestic work: persistence of gender-based labor division and mental disorders. Revista De Saúde Pública, 57, 31. https://doi.org/10.11606/s1518-8787.2023057004502