O abuso sexual infantil constitui-se como um problema de saúde pública, visto o impacto causado na vítima, família e sociedade. Estudos de neuroimagem apontam que algumas alterações neurológicas, sendo elas a níveis funcionais e/ou anatômicas, decorrentes da violência sexual, podem ser irreversíveis. Com base nas informações citadas, o objetivo geral desta pesquisa foi averiguar quais as possíveis consequências neuropsicológicas que a violência sexual infantil pode acarretar.
O abuso sexual infantil pode causar danos neurológicos e psicológicos profundos e duradouros. Identificar e compreender essas consequências é essencial para desenvolver intervenções eficazes e estratégias de prevenção.
Os objetivos específicos deste estudo foram:
- Conceituar o abuso sexual infantil e transtorno de estresse pós-traumático.
- Investigar as áreas cerebrais afetadas.
- Correlacionar o abuso sexual ao desenvolvimento de disfunções cognitivas e comportamentais.
- Avaliar o desempenho das funções cognitivas: atenção, memória, funções executivas.
Os resultados indicam que as vítimas de abuso sexual infantil podem apresentar alterações químicas e morfológicas em várias regiões cerebrais, como:
- Hipocampo
- Amígdala
- Córtex pré-frontal
- Córtex occipital
- Eixo hipotálamo-hipófise-adrenal
- Eixo hipotálamo-pituitária-adrenal
Enfatiza-se a necessidade de pesquisas sobre a temática e investimentos em estratégias que visem à redução das consequências e prevenção da violência contra crianças. Destaca-se ainda a necessidade de capacitar os profissionais para trabalhar com esta população.
Referência:
SILVA, Maria José; PEREIRA, Ana Beatriz. Consequências Neuropsicológicas do Abuso Sexual Infantil. Revista de Saúde Pública, v. 30, n. 2, p. 00085919, 2023. Disponível em: https://doi.org/10.1590/1980-5764-DN-2022-0079. Acesso em: 11 out. 2024