Disfunção executiva e baixo desempenho escolar em adolescentes usuários de drogas e histórico de maus tratos

A adolescência é um período crucial, marcado por diversas mudanças e desafios. Entre eles, o abuso de substâncias e o histórico de maus-tratos destacam-se como fatores que comprometem significativamente as funções executivas de jovens, afetando diretamente seu desempenho escolar.

Um estudo recente explorou esses impactos, analisando adolescentes usuários de drogas com histórico de maus-tratos. Foram comparados 15 jovens nessa condição com 15 adolescentes saudáveis. O estudo utilizou a Bateria de Avaliação Frontal, que examina conceitos como flexibilidade mental, programação motora e controle inibitório.

Os resultados foram: adolescentes com histórico de abuso de substâncias e maus-tratos apresentaram desempenho inferior em quase todos os aspectos das funções executivas. Esses déficits correlacionaram-se com um menor número de anos de escolaridade completados, evidenciando um impacto direto no desempenho acadêmico.

A conclusão do estudo sugere que a reabilitação neuropsicológica pode ser uma estratégia eficaz. Focar na melhoria das funções executivas pode não só ajudar esses adolescentes a progredirem na escola, mas também a enfrentarem os desafios da vida de forma mais eficaz.

Este estudo sublinha a importância de abordagens educacionais que considerem as dificuldades específicas enfrentadas por adolescentes em situações vulneráveis. É um chamado à ação para educadores e profissionais da saúde mental, visando proporcionar um suporte mais adequado e eficaz para esses jovens.

Referência bibliográfica:

Cunha, P. J., Oliveira, P. A. de ., Cortezzi, M., Busatto, G. F., & Scivoletto, S.. (2015). Executive dysfunction and low academic attainment in adolescent substance abusers with a history of maltreatment. Medicalexpress, 2(6), M150506. https://doi.org/10.5935/MedicalExpress.2015.06.06