Disfunção sexual no climatério e fatores associados

O climatério, período de transição entre a fase reprodutiva e não reprodutiva na vida das mulheres, traz consigo uma série de mudanças significativas. Entre os 40 e 65 anos, muitas enfrentam a redução dos hormônios esteróides, o que pode afetar profundamente a vida sexual. A prevalência de disfunção sexual nesta fase atinge cerca de 60% das mulheres no Brasil, impactando principalmente o desejo sexual, a lubrificação vaginal e a satisfação sexual.

Diversos fatores influenciam a disfunção sexual durante o climatério. Entre eles, destacam-se a idade, a cor da pele, a escolaridade e os sintomas climatéricos. Mulheres com sintomas moderados a graves, baixa escolaridade e aquelas que se identificam como brancas tendem a relatar maior insatisfação sexual. Curiosamente, a idade da menarca e a etnia não branca parecem exercer um efeito protetor.

O estudo realizado em Montes Claros, MG, com 253 mulheres, revelou que 29,6% apresentaram disfunção sexual. Esse índice é menor do que o encontrado em outros estados brasileiros e países, onde os números variam de 42,9% a 68%. A diferença pode ser atribuída a fatores como o tipo de questionário utilizado e as características sociodemográficas das populações estudadas.

A função sexual é parte vital de um envelhecimento saudável. Portanto, entender e abordar os fatores que afetam a sexualidade no climatério é crucial para melhorar a qualidade de vida das mulheres. Estudos adicionais são necessários para explorar esses fatores de forma mais abrangente e possibilitar abordagens de saúde mais eficazes.

A discussão sobre disfunção sexual no climatério é mais do que relevante; é necessária. Conscientizar-se sobre as mudanças que ocorrem nesse período pode preparar melhor as mulheres para enfrentar os desafios e melhorar seu bem-estar geral.

Referência bibliográfica:

Gonçalves, J. T. T., Gonçalves, C. T., Vieira, K. H., Santana, R. F., Reis, V. M. C. P., & Silveira, M. F.. (2023). Sexual dysfunction in the climacteric period and associated factors. Revista Brasileira De Saúde Materno Infantil, 23, e20230079. https://doi.org/10.1590/1806-9304202300000079-en