Perfil neuropsicológico de adultos com queixas de desatenção

O estudo aborda o Transtorno de Déficit de Atenção/Hiperatividade (TDAH) em adultos, ressaltando a importância da avaliação neuropsicológica para diferenciar indivíduos com TDAH de outros grupos com queixas de desatenção. O TDAH é caracterizado por déficits em atenção sustentada, memória operacional e controle inibitório, justificando a necessidade de ferramentas neuropsicológicas para sua avaliação.

O objetivo deste estudo foi de comparar o desempenho neuropsicológico de adultos diagnosticados com TDAH com um grupo controle clínico que também apresenta queixas de desatenção, identificando possíveis diferenças em funções cognitivas como memória operacional e atenção.

O estudo utilizou um delineamento comparativo, avaliando dois grupos de participantes: um grupo com diagnóstico de TDAH e um grupo controle clínico. Foram aplicados testes neuropsicológicos focados em atenção, memória operacional e funções executivas. A análise estatística comparou os desempenhos entre os grupos.

O grupo com TDAH apresentou desempenho significativamente inferior nas tarefas que envolviam memória operacional auditivo-verbal, conforme identificado pelos escores nos testes neuropsicológicos. Diferenças estatisticamente significativas foram encontradas em testes como a Tarefa de Dígitos da WAIS e o Teste de Trilhas. Além dos déficits cognitivos, foram observados relatos subjetivos de dificuldades no cotidiano, como problemas na organização de tarefas e dificuldades em contextos acadêmicos e profissionais.

Os achados reforçam a importância da avaliação neuropsicológica na diferenciação do TDAH em adultos com queixas de desatenção. O comprometimento em memória operacional auditivo-verbal pode ser um marcador relevante para o diagnóstico. A pesquisa contribui para aprimorar os critérios de avaliação e intervenção no TDAH adulto.

Referência bibliográfica:

Mesquita, C., Coutinho, G., & Mattos, P. (2010). Perfil neuropsicológico de adultos com queixas de desatenção: diferenças entre portadores de TDAH e controles clínicos. Archives of Clinical Psychiatry (São Paulo), 37(5), 212-215.