A disgrafia é um transtorno de aprendizagem caracterizado por dificuldades significativas na escrita, tanto no aspecto motor quanto no organizacional. Essas dificuldades podem impactar diretamente o desempenho acadêmico e a autoestima do indivíduo, exigindo intervenções específicas para promover a reabilitação e o desenvolvimento das habilidades necessárias (SANTOS, 2020).
A reabilitação neuropsicológica tem se mostrado uma abordagem eficaz no tratamento da disgrafia, pois foca na reestruturação das funções cognitivas prejudicadas e no desenvolvimento de estratégias compensatórias. Segundo Oliveira e Lima (2019), essa abordagem combina intervenções multidisciplinares, que incluem exercícios motores, atividades de coordenação visuomotora e práticas que estimulam a percepção visual e auditiva. Além disso, o uso de tecnologias assistivas tem sido incorporado, como aplicativos e softwares educacionais que ajudam na prática da escrita de maneira lúdica e interativa.
De acordo com Faria et al. (2021), um aspecto essencial da reabilitação é o envolvimento da família e da escola no processo terapêutico. A colaboração entre profissionais de saúde e educadores permite que as estratégias aprendidas no ambiente terapêutico sejam reforçadas no contexto escolar e doméstico, promovendo uma maior eficácia do tratamento. A inclusão de atividades motivacionais, como a gamificação, também pode aumentar o engajamento do indivíduo nas práticas terapêuticas (SILVA; PEREIRA, 2022).
Além disso, é fundamental realizar uma avaliação neuropsicológica detalhada para identificar as áreas cognitivas afetadas. Essa avaliação possibilita a personalização do plano terapêutico, garantindo que as intervenções sejam direcionadas às necessidades específicas de cada indivíduo (NASCIMENTO; ALMEIDA, 2020).
Portanto, a reabilitação neuropsicológica em casos de disgrafia requer uma abordagem holística, que englobe aspectos cognitivos, emocionais e sociais. A implementação de estratégias individualizadas, aliadas ao suporte de familiares e educadores, pode proporcionar avanços significativos na superação das dificuldades relacionadas à escrita.
Referências Bibliográficas
- FARIA, A. P.; OLIVEIRA, T. S.; ALMEIDA, R. B. Intervenções multidisciplinares no tratamento da disgrafia: uma revisão sistemática. Revista Brasileira de Educação Especial, v. 27, n. 3, p. 43-56, 2021.
- NASCIMENTO, M. C.; ALMEIDA, J. R. Avaliação neuropsicológica e intervenções em transtornos de aprendizagem. Neurociências Aplicadas, v. 9, n. 2, p. 98-110, 2020.
- OLIVEIRA, L. P.; LIMA, F. C. Uso de tecnologias assistivas no tratamento da disgrafia: impactos no desenvolvimento motor e cognitivo. Psicopedagogia em Foco, v. 13, n. 1, p. 21-35, 2019.
- SANTOS, R. F. A importância da reabilitação neuropsicológica no manejo da disgrafia. Cadernos de Psicologia e Educação, v. 8, n. 2, p. 12-22, 2020.
- SILVA, E. M.; PEREIRA, G. L. Gamificação e aprendizagem: estratégias para reabilitação em crianças com disgrafia. Jornal de Educação e Tecnologia, v. 14, n. 1, p. 45-60, 2022.