Distorções cognitivas e sua Influência no Transtorno do Pânico
As Distorções cognitivas são distorções sistemáticas no processamento da informação que podem impactar significativamente a forma como interpretamos e reagimos ao mundo. Na Terapia Cognitivo – Comportamental (TCC), a identificação e a reestruturação dessas distorções são fundamentais para a compreensão e tratamento de diversos transtornos psicológicos, incluindo o Transtorno do Pânico (TP).
Principais Distorções Cognitivas Relacionadas ao Transtorno do Pânico
No TP, a interpretação catastrófica de sensações corporais desempenha um papel central na manutenção das crises de pânico. Entre os principais vieses cognitivos envolvidos, destacam-se:
- Catastrofização – Os pacientes tendem a interpretar sintomas físicos inofensivos, como palpitações ou tontura, como sinais iminentes de um ataque cardíaco ou desmaio. Essa interpretação amplifica o medo e pode desencadear uma crise de pânico.
- Abstração Seletiva – A atenção é focada exclusivamente em sinais corporais percebidos como ameaçadores, enquanto outras informações (como exames médicos normais ou episódios anteriores que não levaram a complicações graves) são ignoradas.
- Pensamento Dicotômico (Tudo ou Nada) – Os indivíduos com TP frequentemente interpretam situações em termos extremos, como “Se eu sentir palpitações, significa que estou em perigo”. Isso leva a reações emocionais intensas e desproporcionais.
- Superestimação do Perigo – Pequenos sinais físicos são percebidos como ameaças letais, contribuindo para uma resposta de luta ou fuga exacerbada, aumentando ainda mais a ansiedade.
Como a TCC Trabalha com esses Vieses
A TCC utiliza diversas estratégias para modificar essas distorções cognitivas, ajudando os pacientes a desenvolver uma percepção mais realista e funcional das sensações corporais e situações ansiogênicas. Algumas das principais intervenções incluem:
- Reestruturação Cognitiva – Através da identificação e questionamento dos pensamentos automáticos disfuncionais, o paciente aprende a desafiar a catastrofização e considerar outras interpretações mais realistas.
- Exposição Interoceptiva – A prática de expor o paciente, de forma controlada, a sensações corporais temidas (como hiperventilação ou aceleração cardíaca) ajuda a reduzir a resposta de medo associada a esses sinais.
- Técnicas de Mindfulness e Aceitação – O treino em atenção plena permite que o paciente observe seus pensamentos e sensações sem reagir de forma automática, reduzindo a escalada da ansiedade.
- Treinamento em Respiração e Relaxamento – O ensino de estratégias para regulação fisiológica ajuda a diminuir os efeitos da ansiedade e proporciona maior senso de controle.
Considerações Finais
A influência das distorções cognitivas no Transtorno do Pânico é significativa, pois eles contribuem para a manutenção do ciclo de medo e evitação. A TCC se mostra altamente eficaz ao desafiar e modificar esses padrões disfuncionais, permitindo que o paciente desenvolva uma relação mais adaptativa com suas sensações corporais e com a ansiedade. Dessa forma, o indivíduo aprende a lidar com suas emoções de maneira mais equilibrada, reduzindo significativamente o impacto do transtorno em sua vida.