A empatia constitui um dos pilares fundamentais no processo psicoterapêutico, sendo considerada um fator decisivo para a qualidade da relação terapêutica. No contexto do tratamento de indivíduos com esquizofrenia, a literatura norte-americana tem destacado sua relevância para promover adesão ao tratamento, engajamento terapêutico e melhor prognóstico clínico.
O artigo publicado no American Journal of Psychotherapy apresenta uma definição estruturada de empatia em termos clínicos, destacando quatro componentes essenciais. O primeiro deles é a empatia cognitiva, que se refere à capacidade do terapeuta de compreender o que o paciente está vivenciando. Em seguida, destaca-se a empatia afetiva, relacionada à habilidade de compartilhar e ressoar com o estado emocional do outro. Um terceiro elemento é o reconhecimento verbal e não verbal, que se expressa na forma como o terapeuta demonstra ao paciente que compreende sua experiência subjetiva. Por fim, o artigo aponta a preocupação empática, que consiste no impulso genuíno de se importar com o bem-estar do paciente, norteando intervenções mais humanizadas.
Os autores ressaltam que a empatia não deve ser considerada apenas como uma habilidade interpessoal desejável, mas como um elemento clínico estruturante da psicoterapia. Ela pode ser aplicada em diferentes contextos, inclusive em ambientes de emergência ou hospitalares, e não apenas em atendimentos de longo prazo. Além disso, ao integrar dimensões cognitivas e afetivas, a empatia contribui para um manejo terapêutico mais sensível às singularidades de cada paciente, respeitando sua história, cultura e condições individuais.
Referência em ABNT
KOZLOFF, N.; VINCENT, L.; MIKOŁAJEWSKI, A. Empathy in the care of individuals with schizophrenia: a vital element of treatment. American Journal of Psychotherapy, [s.l.], v. 77, n. 2, p. 1-18, 2023. DOI: 10.1176/appi.psychotherapy.20230022. Disponível em: https://doi.org/10.1176/appi.psychotherapy.20230022.