Introdução
A pesquisa investiga a relação entre autoestima, regulação emocional e bem-estar em adolescentes, considerando a distinção entre bem-estar subjetivo (satisfação com a vida) e psicológico (felicidade e significado). Estudos prévios indicam que autoestima e regulação emocional estão ligadas a quadros psicopatológicos, mas sua relação com o bem-estar ainda é pouco explorada.
Objetivo
O estudo busca analisar a correlação entre autoestima, regulação emocional e bem-estar em adolescentes. Além disso, avalia o papel preditivo do gênero, da autoestima e das estratégias de regulação emocional (supressão emocional e reavaliação cognitiva) no bem-estar.
Resultados
Resultados Quantitativos
- Participaram 216 adolescentes, sendo 148 do sexo feminino (68,5%) e 68 do sexo masculino (31,5%), com idade média de 16,6 anos.
- A autoestima apresentou uma correlação forte e positiva com a satisfação com a vida (r = 0,52, p < 0,0005).
- A reavaliação cognitiva correlacionou-se positivamente com a felicidade (r = 0,24, p < 0,0005), mas não com a satisfação com a vida.
- A supressão emocional teve correlação negativa com todas as medidas de bem-estar (r variando de -0,13 a -0,17).
- A autoestima teve o maior poder preditivo no bem-estar subjetivo e psicológico:
- Explicou 24% da variação na satisfação com a vida.
- Explicou 14% da variância nos níveis de felicidade.
- Explicou 6% da variância no significado atribuído à vida.
- O gênero teve influência reduzida (explicando no máximo 3% da variância no bem-estar).
Resultados Qualitativos
- A autoestima está fortemente associada ao bem-estar subjetivo, sendo um fator crucial para a satisfação com a vida.
- Estratégias de regulação emocional impactam o bem-estar: a reavaliação cognitiva contribui positivamente para a felicidade, enquanto a supressão emocional prejudica o bem-estar em geral.
- O gênero tem um papel mínimo na previsão do bem-estar, reforçando a necessidade de focar mais em fatores psicológicos.
Conclusão
A autoestima se mostrou a variável mais relevante para o bem-estar dos adolescentes, sendo um elemento central para intervenções clínicas voltadas à promoção da saúde mental. Estratégias de regulação emocional também influenciam o bem-estar, indicando a importância de desenvolver habilidades emocionais durante a adolescência.
Referência (ABNT)
FREIRE, Teresa; TAVARES, Dionísia. Influência da autoestima, da regulação emocional e do gênero no bem-estar subjetivo e psicológico de adolescentes. Revista de Psiquiatria Clínica, São Paulo, v. 38, n. 5, p. 184-188, 2011.