O ciúme patológico (CP) é um fenômeno complexo que pode causar grande sofrimento e está associado a diversos transtornos mentais. Entre as suas manifestações, destacam-se as ideias obsessivas, prevalentes ou delirantes sobre infidelidade. No entanto, sua relação com o Transtorno Obsessivo-Compulsivo (TOC) é menos documentada, mas igualmente importante.
No contexto do TOC, o ciúme patológico pode se manifestar como uma obsessão. Essas obsessões geralmente vêm acompanhadas de rituais de verificação, onde o indivíduo constantemente busca provas da infidelidade do parceiro. Esses comportamentos compulsivos podem incluir checar mensagens, seguir o parceiro ou buscar confirmação contínua de fidelidade.
Estudos de casos clínicos revelam que o CP no TOC pode não ser claramente egodistônico, ou seja, os indivíduos podem não reconhecer esses pensamentos e comportamentos como irracionais. No entanto, compreender o CP como uma manifestação do TOC pode abrir novas possibilidades terapêuticas e melhorar o prognóstico dos pacientes.
O tratamento do CP associado ao TOC pode envolver uma combinação de terapia cognitivo-comportamental (TCC) e medicamentos. A TCC pode ajudar os pacientes a identificar e modificar os pensamentos obsessivos e os comportamentos compulsivos. Já os medicamentos, como os inibidores seletivos da recaptação da serotonina (ISRS), podem ajudar a reduzir os sintomas obsessivos.
Com uma abordagem terapêutica adequada, é possível melhorar significativamente a qualidade de vida dos pacientes, reduzindo o sofrimento e os riscos associados ao ciúme patológico.
Entender o ciúme patológico como um sintoma do TOC é crucial para oferecer um tratamento eficaz e melhorar o bem-estar dos pacientes. Se você ou alguém que você conhece está sofrendo com esses sintomas, procure ajuda profissional. A terapia adequada pode fazer toda a diferença.
Referência bibliográfica:
Torres, A. R., Ramos-Cerqueira, A. T. de A., & Dias, R. da S.. (1999). O ciúme enquanto sintoma do transtorno obsessivo-compulsivo. Brazilian Journal of Psychiatry, 21(3), 165–173. https://doi.org/10.1590/S1516-44461999000300008