Passos para Realizar a Ativação Comportamental

A ativação comportamental é uma abordagem baseada em evidências para o tratamento da depressão, focada em aumentar o envolvimento do indivíduo em atividades prazerosas e significativas. O modelo parte do princípio de que a depressão pode levar à redução de comportamentos ativos, gerando um ciclo de inatividade e reforço negativo (Lejuez et al., 2001).

Os principais passos para realizar a ativação comportamental incluem:

  1. Identificação de padrões de comportamento – O primeiro passo consiste em mapear atividades que o indivíduo costumava realizar antes do quadro depressivo, bem como identificar os padrões de evitação e inatividade (Martell, Dimidjian & Herman-Dunn, 2010).
  2. Monitoramento de humor e atividades – O terapeuta auxilia o paciente a registrar as atividades diárias e os estados emocionais associados, permitindo uma visão clara sobre como a falta de atividades impacta o bem-estar emocional (Kanter, Busch & Rusch, 2009).
  3. Planejamento de atividades gradativas – Com base no monitoramento, são definidas pequenas metas de atividades, estruturadas de forma progressiva para evitar sobrecarga e maximizar o engajamento (Jacobson, Martell & Dimidjian, 2001).
  4. Implementação e reforço de atividades – O indivíduo começa a executar as atividades planejadas, e a terapia enfatiza o reforço positivo dos comportamentos ativadores, promovendo um ciclo de motivação e engajamento crescente (Cuijpers et al., 2007).
  5. Avaliação e ajustes – Durante o processo, a evolução do paciente é monitorada, permitindo ajustes na estratégia conforme necessário, garantindo que o programa de ativação seja eficaz e adaptado às necessidades individuais (Dimidjian et al., 2006).

A ativação comportamental tem mostrado resultados positivos na redução da sintomatologia depressiva, sendo uma alternativa eficaz e acessível ao tratamento psicológico (Ekers et al., 2014).

Referências

  • CUÍJPERS, P. et al. Psychological treatment of depression in primary care: a meta-analysis. British Journal of Psychiatry, v. 190, n. 2, p. 108-116, 2007.
  • DIMIDJIAN, S. et al. Behavioral activation treatment for depression in adults: a comprehensive review. Clinical Psychology Review, v. 26, p. 634-651, 2006.
  • EKERS, D. et al. Behavioural activation for depression: an update of meta-analysis of effectiveness and sub-group analysis. British Journal of Psychiatry, v. 204, p. 1-6, 2014.
  • JACOBSON, N. S.; MARTELL, C. R.; DIMIDJIAN, S. Behavioral activation treatment for depression: returning to contextual roots. Clinical Psychology: Science and Practice, v. 8, n. 3, p. 255-270, 2001.
  • KANTER, J. W.; BUSCH, A. M.; RUSCH, L. C. Behavioral activation: distinctive features. New York: Routledge, 2009.
  • LEJUEZ, C. W.; HOPKO, D. R.; LEPAGE, J. P.; HOPKO, S. D.; MCCOLL, H. J. A brief behavioral activation treatment for depression: psychiatric hospital and outpatient. Behavior Modification, v. 25, p. 255-286, 2001.
  • MARTELL, C. R.; DIMIDJIAN, S.; HERMAN-DUNN, R. Behavioral activation for depression: a clinician’s guide. New York: Guilford Press, 2010.