O Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) é uma condição neurobiológica caracterizada por sintomas persistentes de desatenção, hiperatividade e impulsividade, impactando significativamente a vida acadêmica, profissional, familiar e social dos indivíduos (APA, 2013). A psicoeducação tem se mostrado uma estratégia eficaz para aumentar o conhecimento sobre o transtorno e melhorar a adesão ao tratamento (Oliveira & Dias, 2018).
O estudo de Oliveira e Dias (2018) realizou uma revisão sistemática da literatura sobre a psicoeducação do TDAH, analisando 504 estudos completos encontrados em oito bases de dados nacionais e internacionais. Desses, apenas 29 preencheram os critérios de inclusão e foram analisados integralmente. As informações foram organizadas nas seguintes categorias:
- Conceito de psicoeducação;
- Público-alvo;
- Foco da psicoeducação do TDAH;
- Variáveis relacionadas à psicoeducação do TDAH;
- Características das intervenções em psicoeducação do TDAH.
Os resultados do estudo indicaram que a psicoeducação para o TDAH tem sido predominantemente voltada para familiares, com intervenções realizadas em formato de sessões grupais, palestras e manuais. Foi constatado que:
- A psicoeducação melhora o conhecimento sobre o transtorno e reduz a intensidade dos sintomas;
- Favorece maior adesão ao tratamento e melhor qualidade de vida para os pacientes e seus familiares;
- É fundamental para combater crenças equivocadas sobre o TDAH e seu tratamento.
Apesar dos benefícios da psicoeducação, muitos estudos não apresentam uma definição clara do conceito utilizado, o que pode dificultar a padronização das intervenções. Além disso, é notória a necessidade de ampliar o alcance da psicoeducação para outros públicos, como professores e profissionais de saúde. A abordagem multidisciplinar e a adaptação da linguagem ao público-alvo são fatores essenciais para garantir a eficiência dessas intervenções.
A psicoeducação do TDAH é um recurso valioso para a compreensão e manejo do transtorno. O estudo revisado demonstra que as intervenções psicoeducacionais são eficazes na promoção do conhecimento, adesão ao tratamento e melhoria da qualidade de vida dos pacientes e familiares. No entanto, há a necessidade de mais pesquisas para padronização das intervenções e ampliação do público beneficiado pela psicoeducação.
Referências bibliográficas:
AMERICAN PSYCHIATRIC ASSOCIATION. Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders (DSM-5). Arlington, VA: APA, 2013.
OLIVEIRA, C. T.; DIAS, A. C. G. Psicoeducação do Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade: O que, Como e Para Quem Informar? Trends in Psychology, Porto Alegre, v. 26, n. 1, p. 243-261, mar. 2018. DOI: 10.9788/TP2018.1-10Pt.