Este estudo, conduzido em um Centro de Atenção Psicossocial em Brasília, investigou como a participação das mulheres nessas unidades reflete as interseccionalidades de gênero, raça/etnia e classe social. Com base em entrevistas realizadas em 2013-2014, foram identificados temas centrais no sofrimento psíquico de mulheres e homens.
Resultados Principais:
- Mulheres: O sofrimento psíquico está ligado a papéis tradicionais de gênero, destacando-se maternidade, casamento, violência, trabalho, invisibilização do sofrimento, ideal estético e silêncio. O casamento é visto como uma “salvação” moral e financeira.
- Homens: A virilidade foi o principal tema, especialmente em termos laborativos, sexuais e físicos. Problemas de trabalho e vulnerabilidade socioeconômica também foram significativos.
Considerações Finais:O estudo destaca a importância de uma abordagem feminista na saúde mental, sugerindo que práticas atuais podem reforçar estereótipos de gênero e estigmatizar comportamentos desviantes. Adotar uma perspectiva feminista pode transformar escuta, diagnóstico e tratamento, indo além do uso de psicotrópicos.
Referência bibliográfica:
Zanello, V., Fiuza, G., & Costa, H. S.. (2015). Saúde mental e gênero: facetas gendradas do sofrimento psíquico. Fractal: Revista De Psicologia, 27(3), 238–246. https://doi.org/10.1590/1984-0292/1483