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Anorexia Nervosa e Bulimia Nervosa na Terapia Cognitivo-Comportamental

 

 

Anorexia e Bulimia Nervosa na TCC

 
Os transtornos alimentares como a anorexia e bulimia nervosa afetam principalmente adolescentes e adultos jovens do sexo feminino1. A população infantil do sexo feminino ao longo dos últimos anos também tem aumentado a sua prevalência, prejuízos biopsicossociais e morbidade são ocasionados com estes transtornos1.
De acordo com Nabuco De Abreu, C. & Cangelli Filho (2004)1, a anorexia nervosa é caracterizada por perda intensa de peso ás custas de dietas rígidas, busca desenfreada da magreza, distorção da imagem corporal e amenorréia.
Um dos primeiros casos descritos na história sobre pacientes com anorexia nervosa foi realizada por Wiliam Gull, em 1874. Ele descreveu três pacientes com quadros anoréxicos. Brunch em 1962 foi o primeiro a relatar o transtorno de imagem corporal na anorexia nervosa1. A partir de 1970, pacientes avaliadas demonstravam receio exagerado de ganhar peso, aliado a emagrecimento, distorção da imagem corporale a amenorréia1.
Pacientes com anorexia nervosa (AN) do subtipo purgativo, ou seja, apresentam episódios de bulimia e/ou prática de purgação (vômitos, diuréticos, enemas e laxantes), tendem a ser mais impulsivas e secomportam de maneira diferente de pacientes que utilizam práticas restritivas utilizam práticas mais restritivas, são mais perfeccionistas e obsessivas2,3.
A bulimia nervosa (BN) é caracterizada pela ingestão de alimentos de maneira muito rápida, sensação de perda do controle, chamados de episódios bulímicos1. Métodos compensatórios são geralmente utilizados como indução de vômitos, uso de medicamentos, dietas, exercícios físicos em excesso, abuso da cafeína eutilização de cocaína.
A buliminia nervosa foi elaborada por Russell em 1979, após descrever trinta pacientes com peso normal, medo de engordar, episódios bulímicos e vòmitos induzidos1. Foi tratada por ele como uma variação da anorexia. A característica principal da BN são os episódios bulímicos.
 
ASPECTOS PSICOLÓGICOS E TRATAMENTO DA BULIMIA NERVOSA
 
Pacientes com BN apresentam pensamentos distorcidos e emoções desadaptativas com relação aos habitos alimentares e peso corporal1. Apresentam auto-estima flutuante, acham que vão resolver problemas na sua vida diária mantendo o corpo magro, buscam adotar estratégias de emagrecimento com comportamentos radicais para atingir o objetivo de ser feliz, magro1. Eses pensamentos distorcidos as fazem acreditar que a sua segurança emocional está ligada ao controle de seu peso1.
Desenvolver a privação de alimentos para perder peso não é fácil, período de restrição de alimentação, condição essa por longos períodos de tempo, acabam resultando em quadros de comer compulsivo, quadro só compensado com utilização de laxantes, diuréticos, prática excessiva de atividade física e vômitos auto-induzidos1.
As premissas presentes nessas pessoas é de que “ser magra é o mesmo que ser atraente e/ou feliz”1.
Um das possíveis causas etiológicas desses casos estão a desorganização pessoal, clínicos suspeitam que esses casos sejam uma maneira alternativa de regulação e controle da alimentação é uma estratégias equivocada de ordenação e estabilidade1. Com isso acabam evitando relacionamentos amorosos por se sentirem gordas em outros momentos se engajam em relacionamentos afetivos de maneira intensa e sem parâmetros. Possuem relacionamentos familiares com baixo repertório de cumplicidade e respeito interpessoal, famílias de pacientes com BN são descritas como perturbadas, mal organizadas, dificuldades de expressão de afeto e cuidado4.
Aspectos psicológicos importantes para serem observados para a BN, segundo Nabuco De Abreu, C. & Cangelli Filho (2004):

  • Baixa auto-estima;
  • Pensamento do tipo “tudo ou nada”;
  • Intensa ansiedade;
  • Perfeccionismo;
  • Incapacidade de encontrar formas de prazer e satisfação;
  • Busca de problemas nas coisas;
  • Exigência alta;
  • Incaapcidade de “ser feliz”.

A AN, é um tipo de trantorno alimentar que se comparado a bulimina nervosa, precisa de uma atenção maior por parte dos profissionais e familiares no tratamento1. Isto ocorre devido a poucas pesquisas envolvendo este transtorno, o índice de prognóstico satisfatório encontrado na literatura é muito pequeno, geralmente os resultados para NA são desanimadores1. As pesquisas apresentam dados muito contraditórios1.
As razões principais para a carência de pesquisa na área são:

  • Baixa incidência do transtorno;
  • Dificuldade de recrutar pacientes;
  • Severidade do transtorno;
  • Alto índice de desistência da terapia ambulatorial.

Nas principais pesquisas encontradas, o que se busca alcançar no tratamento da AN é, segundo Nabuco De Abreu, C. & Cangelli Filho (2004), são:

  • Restabelecer os padrões normais de tratamento;
  • Promover autoregulação do peso corporal;
  • Reduzir comportamentos purgativos ou restritivos;
  • Criar motivação para a mudança.

Os aspectos psicológicos envolvidos na AN de acordo com Nabuco De Abreu, C. & Cangelli Filho (2004), são:

  • Baixa auto-estima;
  • Sentimento de desesperança;
  • Desenvolvimento insatisfatórioda identidade;
  • Tendência a buscaraprovação externa;
  • Extrema sensibilidade críticas;
  • Conflitos relativos ao temas de autonomia x dependência.

A AN é um doença complexa que estabelece muitos desafios em cada estágio do tratamento, os pacientes são refratários ao tratamento, as recomendações  índice de recaída é muito grande1.
A Terapia Cognitivo-Comportamental tem resultados efetivos no tratamento tanto de AN e BN, 70% dos clientes que conseguem seguir no tratamento tem resultados eficazes, isto é, não satisfazendo os critérios diagnósticos após tratamento adequado1.
 
REFERÊNCIAS:

  1. Nabuco De Abreu, C. & Cangelli Filho, R. Anorexia nervosa e bulimia nervosa – Abordagem cognitivo-construtivista de psicoterapia. Rev. Psiquiatr. Clin.31,177–183 (2004).
  2. Garner, D. M., Garner, M. V. & Rosen, L. W. Anorexia nervosa “restricters” who purge: Implications for subtyping anorexia nervosa. Int. J. Eat. Disord.13,171–185 (1993).
  3. Mitchell, J. E., Crow, S., Peterson, C. B., Wonderlich, S. & Crosby, R. D. Feeding laboratory studies in patients with eating disorders: A review. Int. J. Eat. Disord.24,115–124 (1998).
  4. LASK, B. Anorexia Nervosa and Related Eating Disorders in Childhood and Adolescence. J. R. Anthropol. Inst.7,159–201 (2001).