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Fundamentos da Terapia Cognitivo-Comportamental para Clientes

 
TERAPIA – termo utilizado para definir uma abordagem da psicologia para combater um problema, transtorno ou condição disfuncional de vida pessoa1.
COGNITIVO – processos mentais, pensamentos, tudo que passa na sua cabeça, podendo ser:

  • Sonhos;
  • Lembranças;
  • Imagens;
  • Pensamentos;
  • Atenção.

COMPORTAMENTAL – tudo o que você faz, podendo ser:

  • Ação;
  • O que diz;
  • O que tenta resolver;
  • Como age;
  • Como evita certas situações;

TERAPIA COGNITIVO-COMPORTAMENTAL (TCC) – significa o que pensa, influencia como você se sente e se comporta1.
CRENÇAS CRENTRAIS – São pensamentos mais enraizados, são formados desde a infância2. Existem três grandes grupos de Crenças Centrais:

  • Crenças de desamparo;
  • Desamor;

Crenças de desamparo – sou inadequado, eu não consigo me proteger, sou fraco, eu sou descontrolado, eu não consigo mudar, eu não tenho atitude, não sou objetivo, sou uma vítima, sou vulnerável, fraco, sem recursos, passível de maus tratos, sou inferior, um fracasso, um perdedor, não sou bom o suficiente, não sou igual aos outros3.
Crenças de desamor – sou diferente, sou indesejável, sou feio, sou monótono, não tenho nada a oferecer, não sou amado, não sou querido, sou negligenciado, sempre serei rejeitado, abandonado, sempre estarei sozinho, sou diferente, imperfeito, não sou bom o suficiente para ser amado3.
Crenças de desvalor – não tenho valor, sou inaceitável, sou mau, sou louco, sou derrotado, sou um nada mesmo, sou um lixo, sou cruel, sou perigoso, sou venenoso, sou maligno, não mereço viver3.
CRENÇAS SECUNDÁRIAS – são regras, suposições que criamos para uma série de situações em nossas vidas3.
PENSAMENTOS DISFUNCIONAIS – são pensamentos disfuncionais (errados), que cometemos algumas vezes ao dia4.
DISTORÇÕES COGNITIVAS – erro de processamento de informação, equívoco lógico de pensamento4. Algumas distorções que cometemos diariamente:

  • Leitura de pensamento;
  • Previsão de futuro ou catastrofização;
  • Pensamento do tipo “e se…”;
  • Desqualificação do positivo;
  • Filtro negativo ou abstração seletiva;
  • Supergeneralização ou hipergeneralização;
  • Rotulação;
  • Deveria;
  • Personalização;
  • Pensamento dicotômico ou 8 ou 80;
  • Comparações pouco razoáveis;
  • Tendência á lamentação
  • Atribuição de culpa;
  • Raciocínio Emocional.

 

1.   Acredito que posso dizer o que as outras pessoas estão pensando ou que elas sabem o que estou pensando.
“Ele acha que sou bobo”
Leitura de pensamento
2.   Posso prever o futuro ─ que as coisas vão piorar ou que há perigo à frente. Assim, passo para toda sorte de conclusões catastróficas.
“Vou ser reprovado no vestibular” ou “Não vou conseguir o emprego” ou “Vai ser horrível se eu não conseguir ser aprovado”
Previsão de futuro ou catastrofização
3.   Fico imaginando: “e se…” isto ou aquilo acontecer… e raramente fico satisfeito com as respostas.
“Sim, mas… e se eu ficar ansioso?” ou “E se eu desmaiar?”
Pensamento do tipo “e se…”
4.   As minhas realizações não contam ou contam pouco.
“A prova foi fácil, por isto consegui tirar 10”
Desqualificação do positivo
5.   Foco minha atenção quase exclusivamente nos detalhes negativos e raramente noto o todo da situação.
“A irmã da anfitriã da festa não gostou de mim”
Filtro negativo ou abstração seletiva
6.   Noto um padrão global de aspectos negativos com base em um único acontecimento.
“Isto sempre acontece comigo. Falho em tudo que tento fazer”
Supergenerali-zação
7.   Dou atributos negativos a mim e a outras pessoas.
“Sou um fracassado” or “Ele é um menino mimado”
Rotulação
8.   Interpreto os acontecimentos em termos de como as coisas deveriam ser e do que eu deveria fazer ao invés de como as coisas são e do que posso fazer agora ou no futuro.
“Eu deveria fazer tudo bem”
Deveria…
9.   Interpreto comentários, questões e comportamentos de outras pessoas como crítica sobre o meu valor, mesmo quando não tenho certeza de ser o caso.
“Ela disse que estava cansada, mas o que realmente quis dizer foi que não queria ficar comigo”
Personalização
10. Vejo os acontecimentos e as pessoas em termos de pensamentos do tipo “tudo-ou-nada”, “preto-e-branco”, “oito-ou-oitenta”.
“Se eu não for aceita por todos, isto significa que sou um fracasso”
Pensamento dicotômico
11. Interpreto os acontecimentos utilizando padrões pouco realistas, focando minha atenção naqueles que se saem melhor do que eu e, então, me julgo inferior nessa comparação.
“Ela conseguiu mais sucesso do que eu” ou “Os outros se saíram melhor do que eu na prova”
Comparações pouco razoáveis
12. Foco minha atenção na idéia de que poderia ter feito melhor no passado, e não no que posso fazer melhor agora.
“Poderia ter conseguido um melhor trabalho se tivesse me esforçado” or “Eu não devia ter dito aquilo”
Tendência à lamentação
13. Foco minha atençao nas outras pessoas como fontes dos meus sentimentos negativos e recuso-me a assumir a responsabilidade da minha própria mudança.
“Ela é a culpada pelo que estou sentindo agora” ou “Meus pais causaram todos os meus problemas”
Atribuição de culpa
14. Permito que os meus sentimentos determinem minha interpretação dos fatos.
“Tenho um bom emprego e parece que os meus colegas me apreciam, mas eu me sinto incompetente” ou “Racionalmente eu sei que ela gosta de mim, mas, no fundo, sei que tudo vai dar errado”
Raciocínio emocional

 
 
 
APRENDENDO A TCC
A – evento de ativação. Evento ativador, pode ser um evento externo ocorrido, evento futuro que você acha que vai acontecer ou uma imagem, memória ou sonho1.
B – são as suas crenças. Pensamentos, regras pessoais, cobranças que você faz (sobre si, mundo e o futuro) e os significados que você atribui a eventos internos e externos4.
C – são as consequências. Incluem as emoções, comportamentos e sensações físicas5.
 

A B C
EVENTOS PENSAMENTOS EMOÇÕES E COMPORTAMENTOS
– o mundo;
– outras pessoas;
– experiências pessoais;
– histórico pessoal;
– futuro;
– você mesmo.
 
– atitudes;
– regras;
– cobranças;
– crenças;
– imagens;
– significados.
– Emoções (sentimentos saudáveis, sentimentos nocivos, sensações físicas);
– Comportamentos (ação construtiva, ação destrutiva).

 
REGISTRO DE PENSAMENTO DISFUNCIONAL (RPD) – é uma técnica da terapia cognitivo-comportamental que tem o objetivo de fazer com que o indivíduo saiba identificar e analisar de forma consciente os seus pensamentos, emoções e comportamentos disfuncionais (conflituosos)1–3,6. Existem vários tipos de RPDs, cada terapeuta saberá identificar aquele mais acessível para seu cliente.
Segue Exemplos de RPDs:

DATA/HORA SITUAÇÃO PENSAMENTOS AUTOMÁTICOS EMOÇÕES RESPOSTAS ALTERNATIVAS RESULTADO
Que situação real, fluxo de pensamentos, devaneios ou recordações levaram a emoção desagradável? 1.        Quais foram os pensamentos automáticos que passaram na sua cabeça?
2.        Quanto você acredita em cada um deles? (0-100%)
1.        Que emoções você sentiu?
2.         Qual a intensidade dessas emoções? (0-100%)
1.        Quais são as respostas racionais aos pensamentos automáticos?
2.        Use as perguntas abaixo para compor uma resposta aos pensamentos automáticos.
3.        Quanto você acredita em cada resposta(0-100%)
1.        Quanto você acredita agora em cada pensamento automático?
2.        Que emoção você sente agora?(0-100%)
3.        O que você fará(ou fez)?
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

 

Situação Emoção (%) Pensamento Automático (%) Respostas Alternativas Resultado
 
 
 
 
 
 
Vitor Souza Mascarenhas é graduado em Psicologia; Mestrando em Tecnologias em Saúde; Especialista em Terapia Cognitivo-Comportamental; Especialista em Terapia Analítico-Comportamental; Especialista em Neuropsicologia e Reabilitação
Lattes: 3504656475764958
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REFERÊNCIAS:

  1. Branch, Rhena; Wilson, R. Terapia Cognitivo-Comportamental para Leigos. (Alta Books, 2018).
  2. Knapp, P. e C. Terapia Cognitivo-Comportamentalna Prática Psiquiátrica. (ARTMED, 2004).
  3. Beck, J. Terapia Cognitiva na Prática Clínica. (ARTMED, 2013).
  4. Knapp, P., Beck, A. T. & Knapp, P. Fundamentos , modelos conceituais , aplicações e pesquisa da terapia cognitiva Cognitive therapy : foundations , conceptual models , applications and research. Rev. Bras. Psiquiatr. 30, 54–64 (2008).
  5. Maia, R. da S., Araújo, T. C. S. de, Silva, N. G. da & Maia, E. M. C. Instruments for the Evaluation of the Therapeutic Alliance. Rev. Bras. Ter. Cogn. 13, 49–54 (2018).
  6. Beck, Aaron; Rush, John; Shaw, Brian; Emery, G. Teoria Cognitiva da Depresão. (ARTMED, 1997).